“Esses que estão aí, já são o futuro”, diz técnico da Seleção Brasileira de Handebol
- Andréa Rodrigues
- 29 de out. de 2017
- 4 min de leitura
Washington Nunes prepara equipe para enfrentar a renovação dos times sul-americanos; jovens atletas miram a próxima Olimpíada

O IV Torneio Quatro Nações realizado em São Bernardo do Campo (SP) teve apenas seleções sul-americanas como participantes. Mas se engana quem pensa que a competição não teve dificuldades ou que não foi importante para os atletas e comissão técnica. Observar a renovação das equipes adversárias, que estarão na briga direta por uma vaga no Pan-americano, foi um dos pontos principais.
“É importante a gente dar maturidade pra esses jogadores agora, porque temos que lembrar que Argentina e Chile estão com atletas que são mais veteranos, a renovação é natural, então esses que estão aí já são o futuro. Outra coisa é ver como se comportam taticamente contra a Argentina com o treinador espanhol. Então, independente de estar com a equipe completa ou com jogadores que ainda estão faltando, temos que olhar pra essa possível mudança no comportamento defensivo deles – historicamente eles sempre jogaram 5-1 – e precisamos começar a trabalhar pensando um pouco mais nessa hipótese”, avalia o técnico Washington Nunes, da Seleção Brasileira.

Para o presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) Manoel Luis a competição foi mais uma oportunidade no estágio de preparação para o próximo ciclo Olímpico. “O objetivo lá na frente é conquistar uma medalha em Tóquio. Eu creio muito nessa equipe, um grupo muito jovem, com muito futuro, todos eles jogando em clubes importantes, tanto na Europa quanto no Brasil. A nossa expectativa é enorme, de iniciar um ciclo bem para superar as dificuldades e fazermos um trabalho excepcional para termos as conquistas que precisamos”, diz.

De fato, os atletas estão de olho em Tóquio 2020, mas todos eles sabem que o caminho é longo. Mesmo quem participou da Rio 2016, como o meia Haniel Langaro, sabe que a primeira competição é entre os colegas de equipe. “O primeiro objetivo pós Rio 2016 é chegar ao próximo ciclo olímpico. É sempre bom começar com o pé direito em casa. Mas a gente tem que trabalhar com muita seriedade, o Washington convocou 22 atletas, o que é uma disputa muito saudável entre a gente. Então precisamos nos dedicar ao máximo, concentrar ao máximo, fazer o melhor papel aqui para estar na próxima convocação”, acredita o atleta de 22 anos, do Dunkerke, da França.

Para quem chega ao grupo principal, como o central Acácio, de 23 anos, jogador do Ademar Léon, da Espanha, o sentimento de vitória é duplicado. “Estou bem feliz, passei por um momento duro da minha vida, com lesão atrás de lesão e fiquei um ano e meio sem jogar. Pude voltar a jogar com a camisa da Seleção e espero continuar a ser lembrado. No clube é pouco a pouco para voltar (a jogar forte), porque lá são sete, oito vezes mais jogos que aqui, mas creio que estou fazendo meu trabalho bem . Penso primeiro no Pan de Lima, em 2019, e se Deus quiser, Olimpíadas em 2020. Quero tentar me manter na Espanha, que é um país bom para o handebol, aprendi muitas coisas taticamente e aprendi a jogar realmente”, conta.

Washington Nunes lembra que é importante o trabalho integrado entre as seleções Juvenil, Junior e Adulto, porque assim os atletas já estarão preparados para assumir a vaga na equipe principal quando for necessário. E por isso é importante, também, trabalhar com um grupo maior. “A gente precisa ampliar o leque de jogadores, não dá pra trabalhar com um número fechado. Por exemplo, o Zeba durante o último ciclo olímpico foi titular da equipe e era o capitão. E quando estávamos prestes a ir para os Jogos Olímpicos ele estava machucado e não conseguiu jogar a competição. Se a gente não tivesse feito isso, o Zé não teria jogado tão bem como jogou. Temos que ficar atento a esses meninos, dando condições de trabalho em conjunto, dando minutos de jogo para eles se sentirem tranquilos para executar o que eles sabem”, conclui.

Seleção Masculina de Handebol - Convocação IV Torneio Quatro Nações

Goleiros
César Almeida 'Bombom' (BM Granollers-Espanha) - 28 anos
João Victor Perez Feliciano (1955 Batman Belediyespor-Turquia) - 28 anos
Leonardo Terçariol 'Ferrugem' (JS Cherbourg Manche HB-França) - 30 anos
Armadores
Gustavo Rodrigues (US Créteil Handball-França) - 22 anos
Haniel Langaro (Dunkerque Handball Grand Littoral-França) - 22 anos José Guilherme de Toledo (Wisla Plock-Polônia) - 23 anos
Oswaldo Maestro Guimarães (Helvetia Anaitasuna-Espanha) - 28 anos
Thiago Ponciano (BM Ciudad Encantada-Espanha) - 23 anos
Thiagus Petrus Gonçalves dos Santos (Pick Szeged-Hungria) - 28 anos
Centrais
Acácio Marques Moreira Filho (BM Ademar León-Espanha) - 23 anos
Henrique Teixeira (BM Bada Huesca-Espanha) - 28 anos
João Pedro Silva (Sport Lisboa e Benfica-Portugal) - 23 anos
Pontas
André Martins Soares 'Alemão' (Taubaté/FAB/Unitau-SP) - 33 anos
Arthur Flosi Alexandre Peão (EC Pinheiros-SP) - 28 anos
Cleryston Novais (Aziziye Belediyese Termalspor-Turquia) - 25 anos
Fábio Chiuffa (BM Logroño-Espanha) - 28 anos
Felipe Borges (Sporting Clube de Portugal) - 32 anos
Lucas Cândido (BM Guadalajara-Espanha) - 28 anos
Rudolph Hackbarth (EC Pinheiros-SP) - 23 anos
Pivôs
Alexandro Pozzer 'Tchê' (Dunkerque Handball Grand Littoral-França) - 28 anos
Felipe Santaela 'Panda' 'FC Porto-Portugal) - 22 anos
Leonardo Domenech (Club Balonmano Angel Ximenes Puente Genil-Espanha) - 25 anos
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