Brasil no Pan: renovação, mudança na defesa e mais rodízio na partida
- Andréa Rodrigues
- 17 de jun. de 2017
- 5 min de leitura
Técnico interino Sérgio Graciano conta à Tchê Esportes as estratégias para a competição e o que vem depois

O Brasil participa do Pan-americano Feminino de Handebol em Buenos Aires com muitas alterações em relação aos anos anteriores. O técnico interino Sérgio Graciano, que fica no cargo até que o espanhol Jorge Dueñas assuma a equipe em agosto, contou à Tchê Esportes como pretende montar o time para a competição da qual o Brasil venceu as três últimas edições. O foco principal é a mudança na filosofia da defesa, na valorização de novas atletas e em rodar mais as atletas durante as partidas, para que as jogadoras mais experientes possam descansar e o time não depender somente de atletas como Duda Amorim, Ana Paula e Deonise, por exemplo.
A estreia brasileira Pan no será no domingo, dia 18 de junho, contra a seleção dos Estados Unidos. A partida acontece às 19h15 (horário de Brasília). Depois da competição Graciano vai se dedicar a ajudar na transição de comando da equipe. E observar as atletas que têm chance de ir ao Mundial da Alemanha em dezembro. “Nós precisamos de mais três armadoras e estamos buscando isso”, disse.
Veja a seguir as principais declarações de Graciano, que também é técnico da equipe AbluHand, de Blumenau (SC).
- Como está sendo o trabalho nesse período tão curto para ajustar a equipe para o Pan?
A gente tentou conciliar um pouco de intensidade no começo, tendo que respeitar essas meninas que estavam jogando até recentemente. Vieram de uma Olimpíada, não tiveram férias... Eduarda, Ana Paula, jogaram Champions (League), estão todas realmente muito cansadas. Então a gente tem que conciliar essas duas coisas, fazer o time jogar. Muitos treinos teóricos e acho que conseguimos dar o pontapé inicial. Elas entenderam a proposta de ter um pouco mais de profundidade defensiva e a partir daí vamos amadurecer ao longo das próximas fases. E tentar ir ajustando a equipe como um todo dentro do Pan-americano mesmo. A gente sabe que os dois primeiros jogos não vão ser tão difíceis assim, talvez até nem dê para ajustar tanto... Mas temos que fazer o possível para tentar chegar na final e fazer uma partida boa.
- Como está esse período de transição? Você já conversou com o Jorge Dueñas, que será o técnico a partir de agosto?
Nós tivemos uma primeira conversa. Eu tenho muito apreço pela escola espanhola, fiz um curso na Espanha e a gente tem muitas idéias parecidas. E algo que ele comentou que achou muito bom e já cheguei implantando, foi a mudança de filosofia dentro da defesa. Nossas goleiras estavam tomando muitas bolas, defendendo muito. Às vezes temos que ficar dependendo da goleira estar num dia bom e podemos facilitar a vida dessas atletas. Isso nós conversamos muito, ele vai manter na segunda fase e pelo menos até o final do ano a gente vai trabalhar juntos, até o Mundial da Alemanha. Temos só uma fase mais no finalzinho de setembro, começo de outubro, onde a gente espera não ter Liga. Vamos pedir para a Confederação ponha jogos fora dessa data e depois a apresentação para o Mundial é só dia 19 de novembro. Ano a ano vamos ter que conversar. Mas ver se a gente se afina pessoalmente e tentar ficar até 2020 juntos, porque profissionalmente temos ideias em comum.
- Além da transição técnicos, tem também a transição de jogadoras. Agora é preciso encontrar outras que substituam atletas de muito peso, como a Dara, Mayssa e Dani Piedade. Vocês já estão pensando nisso?
Sim, tanto é que já tem uma juventude aí na equipe. As meninas mais experientes veem como é importante isso, é preciso rodar as atletas. É importante ser o primeiro da chave, mas não é o primordial se você consegue descansar as suas jogadoras. A gente vai tentar isso, mas precisamos produzir mais atletas. A gente precisa de armadora pra descansar a Deonise, a Ana Paula, a Eduarda. Nós precisamos de mais três armadoras e estamos buscando isso. As próprias meninas estão dando muita moral para as novas que estão chegando, elas sabem da importância das segundas, sabem que precisam de uma segunda boa para que possam descansar. Então elas estão colaborando muito nisso. Agora até o Mundial da Alemanha não vamos conseguir armadoras, porque não foi conseguido em seis anos, então vamos ter que arranjar outras armadoras que não deixem cair tanto o nível técnico quando as nossas principais saírem.

- De armadora nova, já tem a Bruna, com grande destaque na França. Como vocês vão olhar as atletas lá fora e no Brasil?
Na conversa que tivemos, tiramos mais 15 a 20 nomes, então poderíamos ter outra Seleção aqui. Como o Jorge (Dueñas) está lá fora e vai ficar lá, ele fica observando as meninas por lá. E tanto eu, quanto Daniel e Cristiano vamos olhar essas meninas aqui dentro, vendo os principais campeonatos, os principais torneios, pra que a gente possa entrar em contato com ele (Dueñas) e dizer quem merece ser vista e entrar numa relação final. E lá na Europa ele vai ficar viajando e conversando. Mas tem muito mais menina que a gente tem que ver ainda dentro da Seleção, que não foi vista porque só podemos convocar 21 atletas. Mas acho que temos pelo menos mais 21 para a próxima fase. Ainda bem que a gente tem material humano pra poder trabalhar e ver os destaques. Se a cada fase de treino conseguirmos duas atletas, que vão ter peso, eu acho que até 2020 estaremos com uma Seleção bem consistente.
- Pra terminar, Brasil vai de 6-0?
Vai de 6-0, porque também não tivemos tempo de trabalhar 5-1 ou algo mais profundo. A gente está tentando a profundidade dentro do 6-0, mas acho que para a próxima fase ele (Dueñas) já vai querer alguma coisa diferente defensivamente. A cada Mundial tem que se apresentar algumas alternativas, então acho um 5-1 bem jogadinho vai bem contra algumas equipes, mas temos que achar as peças certas.
TABELA DE JOGOS DO PAN

* Os dois primeiros colocados de cada grupo disputam as semifinais
18/jun - domingo
Grupo A
12h00 – Paraguai x Colômbia
19h15 – Brasil x Estados Unidos
Grupo B
14h00 – Chile x República Dominicana
17h15 – Argentina x Guatemala
19/jun - segunda-feira
Grupo A
13h30 – Estados Unidos x Porto Rico
20h00 – Colômbia x Brasil
Grupo B
15h30 – Guatemala x Uruguai
18h00 – República Dominicana x Argentina
20/jun - terça-feira
Grupo A
15h30 – Colômbia x Porto Rico
20h – Paraguai x Brasil
Grupo B
13h30 – Uruguai x República Dominicana
18h00 – Chile x Argentina
21/jun - quarta-feira
Grupo A
15h – Estados Unidos x Colômbia
17h – Paraguai x Porto Rico
Grupo B
13h – República Dominicana x Guatemala
19h – Uruguai x Chile
22/jun – quinta-feira
Grupo A
14h30 – Paraguai x Estados Unidos
19h00 – Brasil x Porto Rico
Grupo B
16h30 – Chile x Guatemala
21h00 – Argentina x Uruguai
24/jun – sábado
12h – 3º A x 4º B
14h – 3º B x 4º A
16h – Semifinal 1 – 1º A x 2º B
18h – Semifinal 2 – 1º B x 2º A
25/jun – domingo
Disputa 7º lugar
Disputa 5º lugar
Disputa 9º lugar
Disputa 3º lugar – Perdedor Semifinal 1 x Perdedor Semifinal 2
Final – Vencedor Semifinal 1 x Vencedor Semifinal 2
Seleção Brasileira Feminina de Handebol
Goleiras
Bárbara Arenhart (Vaci NKSE-Hungria)
Jéssica Silva de Oliveira (São Bernardo-SP)
Armadoras
Amanda de Souza Caetano (Abluhand/FURB-SC)
Bruna de Paula (Fleury Loiret Handball-França)
Deonise Fachinello (HC Odense-Dinamarca)
Eduarda Amorim (Gyor Audi ETO-Hungria)
Patrícia Batista da Silva (Kastamonu Genclik SK-Turquia)
Centrais
Ana Paula Rodrigues Belo (Rostov-Rússia)
Danielle Cristina Joia (EC Pinheiros-SP)
Mayara Fier de Moura (EC Pinheiros-SP)
Pontas
Dayane Pires da Rocha (São Bernardo-SP)
Jéssica Quintino (HC Odense-Dinamarca)
Mariana Costa (Nykobing HandboldKub-Dinamarca)
Samira Rocha (Kisvarda Master Good SE-Macedônia)
Pivôs
Tamires Anselmo Costa (EC Pinheiros-SP)
Tamires Morena de Araújo (CDB Cercle Dijon Bourgogne-França)
COMISSÃO TÉCNICA:
Técnico: Sérgio Luiz Graciano Assistente técnico: Daniel Suarez (Cubano) Assistente técnico: Cristiano Rocha Médica: Pauline Bittencourt Fisioterapeuta: Marina Calister Nutricionista: Júlia do Valle Bargieri Massoterapeuta: Aparecida Rocha Supervisor: Álvaro Herdeiro
Comentarios